terça-feira, 22 de junho de 2010

À fragilidade da vida!

Esse baixel nas praias derrotado
Foi nas ondas Narciso presumido;
Esse farol nos céus escurecido
Foi do monte libré, gala do prado.

Esse nácar em cinzas desatado
Foi vistoso pavão de Abril florido;
Esse Estio em Vesúvios encendido
Foi Zéfiro suave, em doce agrado.

Se a nau, o Sol, a rosa, a Primavera
Estrago, eclipse, cinza, ardor cruel
Sentem nos auges de um alento vago,

Olha, cego mortal, e considera
Que és rosa, Primavera, Sol, baixel,
Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago.


Poesia Barroca
.

Um comentário:

  1. Olá Djenyfer
    Muito linda a poesia, deves colocar o nome do autor e o site de onde copiou. Se inspire nela e escreva a tua poesia. Beijos.

    ResponderExcluir